Os processos, as esferas, os núcleos, a dimensionalidade da diversidade de lacunas desperdiçadas ao nosso redor.
No cerne da obra existe um ponto, uma circunferência, uma trajetória para além das formas.
O processo de construção como respiração contínua, interrompido diversas vezes pelas interferências inerentes a qualquer atividade existencial.
"De um bolso cai sentada a moeda
Do chão se vê a tragédia criada
A estrada até aqui foi um longo capítulo
Mas desses versos voltamos ao bolso"
Depois de preparar a mistura, chega enfim a bendita hora da fermentação.
Quando é que a arte começa a fazer parte do plano de ação?
A fotografia como mostra da parte que é a arte retratada por ela enquanto foco.
Cada parcela contribui então como forma, como parte, da arte que mostra e une.
Aceitar o movimento das ondas.
Permitir o desenvolvimento das partes.
"Era pra responder uma pergunta:
A gente está jogando bola
Ou é só a bola que está jogando a gente?"
A reflexão está girando em torno da bola.
A cria está na mão.
Não esquecemos de falar do quanto a água é fértil. Nem do valor que tem na desconstrução de todos os fatos. Tampouco das artérias que ela estimula e circula em busca de novos percursos.
São cursos e ciclos postos em prática.
A teoria do argumento é o discurso.
O bicho,
A lata e o mar
Não precisamos de pontos, mesmo assim insistimos em pontuar.
Entre o ar, a lata e o mar está a origem, o destino, o infinito fim das coisas.
Quem está disposto a mostrar entre a lata e o ar, o isopor e o fogo?
Nosso limite é o natural.
É difícil registrar a natureza com naturalidade.
"Na presença da água
Encontro
Para no ar que respiro
Perder"
Onde todos os elementos são variáveis influentes, componentes indispensáveis, partes inerentes, agentes independentes, organismos unidos desorganizando a matéria-prima.
A linha nos leva para a casa da respiração, para o assimilar e libertar do que inalamos.
Para além da técnica, do domínio do instrumento, o que nos aguarda?
"Ele sai correndo
Atrás da bola
Mas quando alcança
Está longe de cansar
De correr"
Não podemos depender das máquinas, nos perder nas máquinas, até perder das máquinas.
"anderson_crala
@hotmail.com"
A criação vem para manter a desordem em plena harmonia.
Um grande corpo formado por todas as possibilidades possíveis dando forma a todas as probabilidades prováveis.
A arte como representação da parte que ela representa.
Onde termina a criação e começa a reprodução?
"o espiritual é
intimamente ligado
com o material"
Estamos dialogando no limiar da dissolução das fronteiras.
Nossa mensagem explora os deslimites da linguagem.
"Minha sorte
É o meu tamanho"
A bola é a imagem que representa o mundo, o sol, a lua, o átomo e a sorte. A bola é a esfera, a circunferência, o círculo que preenche e é preenchido por todos os ciclos e suas respectivas manifestações.
"O universo,
A bola e o homem"
Comemos juntos de um grande prato, o mesmo grande prato, tão grande que ocupa toda a extensão da mesa. Somos o que comemos.
Utilizamos o registro como ferramenta do novamente, do finalmente, do fatalmente. Estamos falando de comunicação.
Há muitos temas girando em torno desta bola, que ora é ecologia, ora é economia. A questão do tempo não saiu de cena. As mudanças de paradigma já se fazem perceber mais claramente. A ausência completa de espaços para a produção e/ou criação dentro do âmbito material se confunde com as novas perspectivas possibilitadas pela realidade digital. O homem nunca esteve tão perto de se perder entre o curioso e a sorte. Não é mera questão de acaso se tocarmos neste assunto outra vez.
O lembrete é simples e direto: EXPERIMENTOS POLISSÊMICOS
"quando dei de frente com o semáforo
que dividia a Semântica da Metáfora
não pensei duas vezes
pisei fundo no vermelho"
O artista é uma pista em construção, é a mão da transformação, é luz na escuridão.
A arte é a fase de reprodução da criação. É o parto da parte, o ovo da obra, o filho da cobra que devorou o próprio rabo.
"a diferença
entre merda e adubo
diz tudo"
A bola? É a expressão e a interpretação, o meio e a mensagem, a forma e o conteúdo.
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